Empresários africanos examinam negócios para o “Corredor do Lobito”

 In Economy

O segundo Fórum Privado de Negócios em África, que decorre na Catumbela, com a participação de diplomatas africanos, traça estratégias de actuação entre os países no domínio económico, para o melhor aproveitamento das oportunidades que oferece o “Corredor do Lobito”.

Na quinta-feira, a vice-governadora de Benguela, Lídia Amaro, disse que o “Corredor do Lobito” é uma magnífica “porta de entrada e saída” para os vários países das regiões Austral, Central e Oriental de África, por possuir infra-estruturas sólidas que podem galvanizar as trocas comerciais.

Para a cobertura, em tempo útil, do transporte de mercadorias dos países da região, Lídia Amaro destacou o Porto do Lobito, o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) e o Aeroporto Internacional da Catumbela. “É necessário que surjam investidores, para também explorarem as potencialidades locais nos domínios da agricultura, pescas, turismo e indústria, entre outros”, reforçou.

Adicionalmente, a governante apontou o Pólo Desenvolvimento da Catumbela (PDIC), situado entre a cidade do Lobito e a sede do município da Catumbela, um espaço disponível para que qualquer interessado implemente uma indústria de qualquer natureza.

Rwanda
O embaixador do Rwanda em Angola, Wellars Gasamagera, destacou o forte potencial que Benguela possui, no domínio das pescas, e referiu que o seu país pode bem se interessar por essa área, uma vez que importam o peixe da China, quando bem podem obter o produto a partir de Angola.
“Vamos continuar a trabalhar, para que os empresários de ambos os países realizem bons investimentos e façam excelentes investimentos, em parcerias ou a título particular, algo que já é possível fazer no Rwanda e em Angola”, disse.
Para o diplomata, existem boas oportunidades de negócios para angolanos, no Rwanda, tal como pode acontecer aqui em Angola. “É necessário caminhar, para se conquistar este importante objectivo”, acrescentou.

Para Wellars Gasamagera, as oportunidades podem acontecer nos domínios da Agricultura e Minas, já que os dois países estão engajados na efectivação de voos directos, para facilitar a implementação de negócios.

Nigéria
O embaixador angolano na Nigéria, Eustáquio Quibato, apelou aos participantes a serem mais proactivos, face aos desafios que se colocam nas relações bilaterais entre Angola e a Nigéria. “Já perdemos tempo e muitas oportunidades de negócios e de crescimento e urge reverter o quadro de apatia que impera actualmente nestas relações comerciais entre os dois países”, disse.

Eustáquio Quibato sublinhou que as oportunidades de negócio e investimento estão a ser feitas apenas num sentido (da Nigéria para Angola), onde as remessas financeiras para aquele país atingem muitos milhões de dólares ao ano. Segundo realçou, “de angolanos para a Nigéria há zero investimento de remessas”.

O presidente da Federação das Câmaras Bilaterais de Comércio e Indústria de Angola, Nicolau Ferreira, considerou o fórum como o limiar do grande desafio para alavancar o corredor e impulsionar o livre comércio entre os estados presentes no evento. “Penso que seremos mais fortes e teremos melhores resultados, se estivermos mais unidos”, sublinhou.

“A federação reúne cerca de 20 câmaras bilaterais, envolvendo Angola e outros países, e gostaríamos que surgissem mais câmaras, particularmente em África, para que se possa apoiar as iniciativas do Governo no domínio da diversificação da economia, da valorização do capital humano e das exportações”, asseverou.

Aproveitou para informar que as autoridades africanas deram passos no sentido de reduzir ou diminuir os direitos sobre as importações e exportações para facilitar a livre circulação de pessoas e bens.

Empresas zimbabweanas
A agricultura, o sal e o peixe são potencialidades da província de Benguela que podem ser exploradas por empresários zimbabweanos, rwandeses e nigerianos.

Segundo a presidente da empresa MISLEI, Isabel Cruz, promotora do segundo Fórum Privado de Negócios em África, o objectivo fundamental é proporcionar um melhor ambiente de negócios, em particular nos sectores agro-pecuário e da agro-indústria, do comércio e do eco-turismo em África, para que esses países se tornem mais atraentes e competitivos.
“Benguela tem empresários com dinheiro, apenas precisam de inputs para alavancar as suas iniciativas e esta é uma oportunidade para fazer negócios com os empresários de outros países de África, assim como do Brasil, que também estão presentes”, frisou.
A empresária acrescentou ainda que o Zimbabwe é forte no agro-negócio e os seus empresários já viram que Angola tem terras muito vastas e férteis para se investir na agricultura. Também,  estão  os nigerianos, donos de bancos, que pretendem abrir filiais no país em Angola.

Isabel  Cruz  realçou o facto de um empresário estrangeiro já não precisar de se juntar a um angolano para abrir um negócio. “Para que isso aconteça, basta contactar a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), se cadastrar e obter as informações necessárias”, referiu.

Empresas nigerianas
Na ocasião, o empresário nigeriano, Kunle Sikin, engenheiro de construção civil, fez saber que pretende investir em centralidades e condomínios, pelo que, participa no fórum para fazer contactos e prospecção do mercado.

O Fórum Privado de Negócios em África durou três dias e nele foram apresentadas as empresas por sector de actividades, nomeadamente transportes aeroportuários e ferroviários, ensino e educação, telecomunicações e tecnologias e informação, turismo, hotelaria e ambiente, entre outros.

Recent Posts

Start typing and press Enter to search

Translate »