Angola pretende ser o maior produtor de grãos em África

 In Economy

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, afirmou, ontem, em Luanda, que Angola deve aproveitar a ameaça que o mundo vive actualmente na segurança alimentar para transformar-se num dos maiores produtores de grãos de África.

Na abertura da 37ª edição da Feira Internacional de Luanda, que, este ano, decorre sob o lema “As Tecnologias Disruptivas como Factor de Desenvolvimento da Economia”, o ministro de Estado sublinhou que a extensão do território e a existência de condições naturais propícias representam um potencial “extraordinário” para a produção em grande escala de grãos, bem como o exercício da actividade agro-pecuária.

O governante referiu também que o Executivo angolano está a desenvolver políticas, visando o aumento da produção nacional. Nisso, conta com a cooperação de outros países interessados em desenvolver projectos neste sentido.

Segundo Manuel Nunes Júnior, com o retorno do crescimento económico, o país vai dar, nos próximos anos, passos importantes no sentido de intensificar o desenvolvimento.

Frisou que o lema da 37ª edição da FILDA é oportuno, numa altura em que Angola está aberta ao mundo para reforçar a base produtiva e o investimento privado será sempre “bem-vindo”, com vista a apostar não só no capital financeiro, mas, sobretudo, no “know-how” e toda a tecnologia necessária.

“Os empresários angolanos estão abertos a estabelecer relações de parcerias com empresários de outros países possuidores de know how e de tecnologia avançada para que possamos rapidamente ter acesso ao que de melhor o mundo nos pode proporcionar nos domínios empresarial e da auto-tecnologia”, sublinhou o ministro de Estado.

Na sua intervenção, destacou a participação de mais de 600 empresas participantes nesta edição da Filda 2022, sobretudo as estrangeiras que estão representadas por 200 expositores de países, como África do Sul, Namíbia, China, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos da América, Alemanha, Itália, Reino Unido, Portugal, Polónia e Turquia.

Manuel Nunes Júnior disse que o Governo angolano apoia as iniciativas de inovação e parcerias em prol da geração de prosperidade.

Perspectivas económicas

O ministro de Estado para a Coordenação Económica Manuel Nunes Júnior frisou que a aposta na diversificação da economia e na produção nacional começa a dar os seus frutos. Segundo avançou, as perspectivas para este ano, são igualmente excelentes, estimando que a economia angolana venha ter um crescimento global de 2, 7 por cento.

“Neste grande esforço que estamos a fazer para a diversificação da economia, numa primeira fase, temos que trabalhar para sermos auto-suficientes no que respeita à produção alimentar. Temos que deixar de importar alimentos de amplo consumo popular e passar a produzi-los internamente”, disse.

“Angola conduziu com sucesso o seu programa estabilização macroeconómica, iniciado em Janeiro de 2018. Em 2021, o país saiu finalmente da recessão económica em que esteve mergulhado durante cinco anos. Este é um dado que deve orgulhar a todos os angolanos, como não angolanos residentes em Angola, porque marca o fim de um período muito difícil para a economia angolana e para o país”, referiu.

Mercado cambial estabilizado

O ministro de Estado para a Coordenação Económica disse que o mercado cambial de Angola está estabilizado e funciona de modo seguro, “o kwanza está estável e em alguns momentos tem-se valorizado em relação às principais moedas internacionais”.

Indicou que deixaram de existir restrições na transferência dos dividendos para aqueles que querem investir em Angola.

“O tráfico de influência que caracterizava o funcionamento deste mercado ficou para trás. Este é um factor importante para a competitividade da economia angolana”, sublinhou.

Feira responde desafio da diplomacia económica

O presidente do Conselho de Administração do grupo Eventos Arena, Bruno Albernaz, disse, ontem, que a presente edição da Feira Internacional de Luanda representa a força dos empresários angolanos e da indústria nacional, bem como do produto “Feito em Angola”.

Na sua intervenção no acto de abertura da exposição, o responsável da empresa que organiza o evento, frisou que a feira responde os desafios do Executivo angolano que visa captar investimentos para ajudar a alavancar a actividade produtiva nacional.

Anunciou que durante o evento, serão desenvolvidas várias actividades, que para além da exposição, estão preparadas três salas que vão albergar conferências que decorrem a partir de hoje, com temas de carácter e interesse para a economia nacional.

O destaque recai para a conferência sobre “Angola Start-up Summit”, a primeira cimeira das Start-Up angolanas.

FILDA é plataforma de negócios

O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, destacou que a FILDA é uma “verdadeira plataforma de negócios”, cada vez mais sólidas e com responsabilidades acrescidas para servir como reforço da cooperação empresarial.

“A FILDA é uma janela de oportunidades para o reforço da cooperação empresarial, troca de experiências entre pequenos e grandes empresários nacionais e estrangeiros, bem como nas transacções comerciais”, disse, sublinhando que os empresários estrangeiros têm a oportunidade para fazer negócios em Angola, aproveitando as inúmeras vantagens comparativas existentes no país voltado para a melhoria do ambiente de negócios.

O ministro mostrou-se satisfeito com as 80 empresas nacionais ligadas aos mais diversos serviços de apoio, como a banca comercial, seguros e as telecomunicações, representando 15 por cento do total das empresas expositoras.

“Esta é a feira da confiança dos empresários nas reformas políticas e económicas levadas a cabo pelo Titular do Poder Executivo, com vista a melhoria do ambiente de negócios assim como a confiança no mercado nacional como plataforma produtiva para os mercados nacionais e regionais”, sublinhou.

Com a reestruturação do selo e serviços “Feito em Angola”, uma iniciativa que visa dar dignidade aos produtos nacionais para o mercado interno e externo, até agora, 13 empresas expositoras subscreveram o novo serviço, representando mais de 100 produtos.

“Contamos com a colaboração de oito estabelecimentos comerciais que estarão a vender produtos com o selo Feito em Angola, e destaca-se aqui três embaixadores que assumiram o compromisso de associar o seu nome à marca do país”, apontou.

O ministro da Economia e Planeamento informou que o próximo desafio será o fomento do Código de Barras, para “garantirmos o acesso ao mercado formal e rastrearmos o destino dos nossos bens, assim como os certificados de origem, como o passaporte de bens nacionais para as zonas de livre comércio”.

Para Mário Caetano João, a Filda está inserida na visão de uma diplomacia económica, com mais 600 participações directas e indirectas.

“É um importante motor das relações económicas bilaterais, regionais, multilaterais e plurilaterais com o objectivo de dinamizar o sector empresarial produtivo, em especial as Micro, Pequenas e Médias empresas”, disse.

Avançou que os programas do Plano de Desenvolvimento Nacional, sob gestão do Ministério da Economia e Planeamento, nomeadamente o PRODESI e PREI têm estado a contribuir para o crescimento da economia nacional.

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