Siderúrgica do Cuchi tem produção efıcaz
Pelo Menos, 2.400 das 60 mil toneladas de pó do minério do ferro gusa extraído na mina do Cutato, na província do Cuando Cubango, foram entregues, até a presente data, à Cimangola, com base num acordo rubricado, em Dezembro do ano passado, com a Companhia Siderúrgica do Cuchi (CSC).
Em declarações ao Jornal de Angola, o chefe de produção da Companhia Siderúrgica do Cuchi, Wilton Oliveira, explicou terem assumido o compromisso de fornecer, mensalmente, mais de cinco mil toneladas de pó refinado para o fabrico de cimento, mas a Cimangola está a transportar apenas por semana 500 a 600 toneladas, devido a limitação da frota de camiões basculantes.
Fez saber que o minério do ferro gusa, depois de refinado em peneiras gigantes, o pó, depois de misturado com calcário, gesso, entre outras substâncias químicas é uma excelente matéria-prima para o fabrico do cimento, do qual a Cimangola mostrou interesse e solicitou o fornecimento de 60 mil toneladas, estado em estudo outras vias para a sua transportação em grandes quantidades. Salientou que a mina do Cutato, implantada numa área de dois mil hectares, tem um tempo de vida útil de aproximadamente 50 anos de exploração, um minério muito procurado pelas grandes indústrias de fabrico de armamento, carros, frigoríficos, fogões, em suma, uma lista infindável de equipamentos, razão pela qual é muito procurado nos mercados internacionais.
Wilton Oliveira disse que por este facto a Companhia Siderúrgica do Cuchi está aberta para negociar com mais empresas nacionais ou estrangeiras que necessitam de adquirir o mineiro do ferro gusa. Durante o ano passado, a CSC exportou mais de 61.250 toneladas do mineiro do ferro gusa, com realce para os EUA e China, a partir do porto do Namibe onde é concentrado a matéria-prima.
Actualmente disse, apesar da Companhia Siderúrgica do Cuchi, ter um contrato com uma Tranding Inglesa para fornecer um milhão de toneladas de minério de ferro gusa para vários países do mundo, neste momento todas as exportações estão suspensas por falta de um espaço adequado para atracagem dos navios de grande porte, situação que forçou também o abrandamento do processo de extracção da mina.
Face a esta dura realidade, todas as actividades da mina estão viradas apenas no atendimento do contrato com a Cimangola, para o qual existem matéria-prima suficiente para satisfazer o seu pedido de 60 mil toneladas de pó refinado e a CSC só vai retomar os trabalhos de extracção tão logo haver melhorias no Porto do Namibe.
Produção de ferro gusa
Wilton Oliveira informou que está previsto nos próximos dias a conclusão das obras de construção da fábrica de produção do ferro gusa na sede municipal do Cuchi, cujos trabalhos estão paralisados desde final do passado na ordem dos 95 a 97 por cento de execução física. Disse que neste momento falta apenas terminar a instalação eléctrica e a criação de condições para o arranque, porque todos os equipamentos para a produção já foram instalados.
Sublinhou que desde o início das obras em 2015 já foi concluído a montagem do primeiro alto-forno dos três previstos, as infra-estruturas electromecânicas (serpentinas e turbinas), dois silos para armazenar cada 2.400 metros cúbicos de mineiro, um reservatório de água com capacidade para absorver um milhão de litros e outro de 430 litros, a sala de máquinas e comandos. Assim como, a construção de 25 das 50 suítes para acomodar os técnicos que vão assegurar o funcionamento da fábrica.
O chefe de produção da Companhia Siderúrgica do Cuchi realçou que, até ao momento, a instituição já investiu mais de 60 milhões de dólares, dos 300 milhões de dólares previstos, para a construção da fábrica e aquisição de equipamentos para a extracção de mineiro do ferro gusa na mina do Cutato.
Wilton de Oliveira lembrou ainda que a fábrica de produção do ferro gusa do município do Cuchi terá a capacidade de produzir diariamente 250 toneladas deste mineral e prevê numa primeira fase gerar cerca de 3.500 postos de trabalho directos.
