Produção de café aumenta 63 por cento

A produção de café comercial no país, em 2024, cresceu 63,7 por cento ao subir das anteriores 7 547 toneladas para as 12 360 que fechou o ano em passado.
Segundo consta no relatório de balanço do Ministério da Agricultura e Florestas, tendo em conta as actividades desenvolvidas em 2024, projecta-se para o actual período de 2025 uma produção de 12.929 toneladas, e, em 2026, 13.717 toneladas. Para 2027, as projecções lançam o número de 14.513 toneladas de café comercial.
Quanto aos resultados da produção, 78 por cento provém do sector familiar e 22 por cento do ramo empresarial.
Neste domínio, o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, que apresentou os resultados do ano transacto, reconhece os níveis de crescimento como resultado de cinco milhões e 775 mil mudas de café robusta e arábica aplicadas, representando um aumento de 22,8 por cento em relação ao ano de 2023, tendo sido feita a instalação de aproximadamente três mil hectares de novas plantações.
Deste total, destacou o titular da pasta do sector, 55 por cento foram produzidas pelo sector privado e 45 por cento pelas Estações Experimentais e Brigadas Técnicas do Instituto Nacional do Café.
No âmbito do fomento da produção do café, o ministro Isaac dos Anjos informou que está em curso, na província do Cuanza-Norte, município de N’dalatando, a construção de um Centro de Produção de Mudas, que prevê uma capacidade de 10 milhões de plantas, constituído por túneis de enraizamento, viveiros e armazéns.
Disse, também, que está em curso, a implementação do Projecto de Melhoria do Desempenho e Crescimento da Cadeia de Valor do Café (MUCAFÉ), nas províncias do Cuanza-Sul, Cuanza-Norte e Uíge.
O Projecto teve início em 2023 e tem como objectivo melhorar a produção, reforçar as capacidades dos produtores jovens e mulheres, implementar princípios de gestão da qualidade, certificar e rastrear o café, promover a qualidade do café e facilitar as exportações.
Exportação
No domínio da exportação de café comercial, o sector registou ainda em 2024,uma exportação de 2.160 toneladas, o que resultou, num aumento de cerca de 51,3 por cento em relação ao ano passado.
Satisfeito com os resultados obtidos, o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, disse que, muitos são os países que mostram interesse no café angolano, um número que continua a crescer a cada dia.
Para o progresso do processo de exportação, segundo informou Isaac dos Anjos, estão envolvidas 21 empresas nacionais, que têm como principais destinos países como, Portugal, Polónia, Itália, Bélgica e Líbano.
Histórico do país regista 230 mil toneladas
A produção de café em Angola já esteve no auge, com um volume em 1973 de 230 mil toneladas. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 e a Independência de Angola, a produção sofreu um decréscimo profundamente acentuado, devido às décadas de guerra civil.
Actualmente, o Instituto Nacional do Café no país conta com três entidades de pesquisa, responsáveis pela produção e distribuição de sementes de robusta nas regiões de Gabela, Cuanza-Sul e Uíge.
Por um lado, segundo resultados resultantes de um estudo realizado no ano de 2000 pela Organização Internacional do Café, o sector contribui muito pouco para a economia angolana.
Em 1997, a exportação de café gerou apenas cinco milhões de dólares, dentro de um valor total de exportações estimado em 4.626 milhões.
Já no período de 2017, o sector de Café angolano contava com apenas 50 mil hectares, um espaço 10 vezes menor do que o verificado nos anos de 1970, quando 500 mil hectares eram dedicados ao sector industrial.
No mesmo ano, o país limitou-se a produzir oito mil toneladas de café, empregando 25 mil agricultores, a maioria dos quais operando em pequenas plantações de escala familiar.