Produção diamantífera pode gerar receita de 1,4 mil milhões de dólares
A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA E.P) prevê, para este ano, uma produção de 10,05 milhões de quilates e uma receita estimada no valor de 1,4 mil milhões de dólares, anunciou, segunda-feira (17), em Luanda, o presidente do Conselho de Administração.

Está, igualmente, previsto, para a concretização da meta de produção diamantífera, o total arranque dos projectos Cassanguidi, Luembe, Chinguvo, Tchissema e Yetwene; a implementação do laboratório de micro diamantes de Saurimo; o aumento da participação da Endiama na cadeia de valor do diamante, através do fomento da lapidação e da joalharia, o que passará pelo potenciar da empresa GEOANGOL. Esta actua no sector de mineração nos segmentos de perfuração para a consolidação dos serviços de geologia, sondagem e laboratório.
Investimentos
Quanto aos investimentos no sector em 2021, Ganga Júnior detalhou terem, sido aplicados valores acima dos 100 milhões de dólares. Os investimentos em causa foram efectuados em projectos já em funcionamento, executados no sentido de melhorar a prestação e participação.
No sentido de ampliar a prestação de serviço e os níveis da produção do antigo Lúo, actual Luinga, fez-se na mina um investimento indirecto na ordem dos 15 milhões de dólares. O sector está, de igual modo, a trabalhar no “Luminas”, projecto em que a Endiama detém cerca de 35 por cento e pretende passar em até 87 por cento, por via de um investimento em cerca de 15 milhões de dólares.
Processo de lapidação
Dados da Endiama atestam que o país conta, actualmente, com quatro fábricas de lapidação. Um dos investimentos e participação da Endiama, nessa nova era, ocorreu no Pólo de Lapidação da Lunda-Sul, em Julho do ano passado.
Ganga Júnior reconhece o longo percurso a fazer, porquanto neste momento, o que é lapidado em Angola não representa sequer cinco por cento da capacidade de produção do país.
Para inversão do quadro, disse Ganga Júnior, a empresa trabalha em várias direcções, obtendo lucros, criando ambientes de trabalho para a diversificação da base económica e no aumento da cadeia de valor.
“É possível o sector ter um índice de rentabilidade na ordem dos 20 por cento neste negócio”, assumiu.
As dívidas existentes no balanço da Empresa Nacional de Diamantes de Angola não são resultantes de créditos directos, mas resultantes da prestação de aval e garantia a projectos e empresas relacionadas ao sector.
Segundo o PCA, as referidas empresas, umas fracassaram e outras abandonaram as operações por vários motivos, o que fez a dívida permanecer, resultando numa forte limitação na abertura do mercado financeiro na contratação de financiamento, para o desenvolvimento de outros novos projectos do sector.
A dívida rondava, até então, à volta dos 150 milhões de dólares, ambas relacionadas com as instituições bancárias BFA, BAI e BPC.
Em face de todo o processo explicado, Ganga Júnior mostra-se bastante satisfeito e anunciou estar em vista a recepção de um novo financiamento de 100 milhões de dólares junto do Banco Angolano de Investimentos (BAI). O valor deverá ser aplicado na implementação de novos projectos, como o Luaxe e outros.
“Já conseguimos um financiamento na ordem dos 20 milhões de dólares junto do banco Caixa Angola, fruto dos resultados da amortização de dividas”, afirmou.
Sector prevê atingir os 26 mil postos de trabalho
O sector diamantífero nacional perspectiva, nos próximos cinco anos, gerar perto de sete mil postos de trabalho directos e sair dos actuai 19,4 mil empregos existentes para atingir a cifra dos 26 mil.
Conforme detalhes do balanço da empresa, a força de trabalho no sector, relacionados aos projectos de prospecção, produção industrial e semi-industrial, é de 19.461, distribuídos por várias profissões e grupos etários.
Deste total, 80 por cento são naturais das áreas de exploração mineira, enquanto que 454 trabalhadores representam a força activa empregada só na Endiama.
A previsão de criação de mais postos, apesar do momento menos animador da economia, justifica-se com o facto de estarem a ser concebidas estratégias de dinamização e implementação de novos projectos, tanto de prospecção como de produção.
Relativamente à do segmento semi-industrial, durante o ano 2021, foram recuperados e comercializados 50.750 quilates, gerando receitas no valor de 7,10 milhões de dólares. Em 2020, foram recuperados e comercializados 30.041 quilates, obtendo como resultado 2,98 milhões de dólares. o que significa um aumento de 69 por cento em termos de quilates e 138 por cento em termos de receitas.