Angola assume a terceira vice-presidência da UA

 In Diplomacia

Angola assume a terceira vice-presidência da União Africana (UA) durante a 35ª Assembleia anual de Chefes de Estado e de Governo da organização que decorreu este fım- de- semana , em Addis Abeba, Etiópia.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, que representa o Presidente da República na Cimeira, com esta posição, Angola tem responsabilidades acrescidas na organização.

“O Bureau da União Africana, de que Angola fará parte, é um mecanismo flexível que pode propor soluções de questões candentes no caso de todos os Estados-membros não poderem participar para a abordagem de um determinado assunto”, referiu.

A presidência rotativa da organização é assumida pelo Chefe de Estado senegalês, Macky Sall, em substituição do homólogo da RDC, Félix Tshisekedi.

As questões de paz e segurança têm sido temas dominantes nestes eventos.
O ministro das Relações Exteriores considera que “há um certo retrocesso” no que concerne à paz e segurança no continente, tendo-se referido aos focos de instabilidade e dos sucessivos golpes de Estado.
Téte António afirma que a Cimeira é “uma grande oportunidade de se discutir as questões candentes” do continente e as reformas institucionais.

Mas a desnutrição e a segurança alimentar no continente, tema central da Cimeira, vai merecer também a atenção particular dos Chefes de Estado, tendo em conta o agravamento da situação em África.

A comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento e Economia Azul, a angolana Josefa Sacko, afirmou que, nos países africanos, 40 por cento da produção apodrece nos campos, por falta de vias de acesso para o escoamento, e as mulheres, que garantem 80 por cento da produção alimentar, continuam a ser discriminadas na obtenção de alguns benefícios, como o acesso ao crédito.

Josefa Sacko disse que grande parte da população africana tem problemas de acesso às terras. De acordo com a comissária da União Africana, os problemas de África são idênticos. Em função disso, foi elaborada uma “estratégia comum” para garantir um sistema alimentar resiliente e sustentável.
“É altura de aproveitarmos o tema do ano para que os planos de desenvolvimento dos Governos estejam em alinhamento com a posição comum, que reflecte as preocupações a nível da Agricultura, esplanadas na Declaração de Malabo”, referiu.

Angola é um dos maiores contribuintes da organização

Angola é um dos seis maiores contribuintes do orçamento da União Africana com 19 milhões de dólares por ano, ao lado  da África do Sul, Argélia, Marrocos e Nigéria. A informação foi dada ontem pelo embaixador angolano junto da União Africana, Francisco Cruz.

De acordo com o diplomata, Angola devia tirar vantagem desta situação para estar melhor representada nas estruturas da organização. O número de vagas para Angola passou de 39 para 74, mesmo assim, o país tem apenas cinco funcionários efectivos na Comissão da União Africana e sem cargos de responsabilidade.

Entretanto, Angola apresentou duas candidaturas para cargos electivos no sistema internacional. Trata-se das candidaturas de Sebastião Isata ao Comité Consultivo dos Direitos Humanos das Nações Unidas, para o período 2023-2025, e de Domingos Viana Moreira à Comissão para os Limites da Plataforma Continental em África, para 2022-2027.

Para o Comité Consultivo dos Direitos Humanos, as eleições estão previstas para Setembro, em Nova Iorque, e para a Comissão para a Plataforma Continental, em Junho, na mesma cidade.

País é um bom exemplo para África

A secretária-executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para a África, Vera Songwe, elogiou as reformas em curso no país. Em declarações à imprensa, depois de ter recebido o ministro das Relações Exteriores, Téte António, a alta funcionária das Nações Unidas disse que “Angola é um bom exemplo para África” pelas reformas que está a realizar.

Vera Songwe afirmou que Angola e outros países do continente devem apostar nas energias renováveis para desenvolverem as economias, enquanto o ministro das Relações Exteriores destacou a grande contribuição da Comissão Económica das Nações Unidas na execução de “muitos projectos institucionais” em Angola.

Lembrou que, logo após a Independência do país, o então Ministério das Minas, hoje dos Recursos Minerais, beneficiou do apoio da instituição, em que já trabalhou o nacionalista Lopo do Nascimento.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores teve ainda encontro com o presidente em exercício do Conselho de Administração da Ethiopian Airlines, Esayas Woldemarian, que manifestou a disponibilidade da companhia em formar quadros angolanos no domínio da Aeronáutica.

A Ethiopian Airlines é uma das maiores companhias africanas e no passado já formou quadros angolanos em diversas áreas da Aviação Civil.

São Tomé e Príncipe enaltece postura de Angola

A ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Edite Then Jua, elogiou a postura de Angola ao convocar, em Addis Abeba, uma reunião de concertação a nível da CPLP, para a assumpção de uma posição comum sobre a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, ocorrida a 1 de Fevereiro.

Em declarações à imprensa, Edite Then Jua disse que os países da CPLP não podiam ficar calados perante tal acto e que o assunto merecerá a atenção dos Chefes de Estado durante a cimeira que arranca hoje.

Angola assumiu a presidência da CPLP em Julho do ano passado em substituição de Cabo Verde.
A ministra santomense manifestou o interesse do seu país em aprofundar as relações nos diversos domínios.

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